Com shows marcados no Brasil em setembro, onde ela canta em São Paulo, no dia 27. no Espaço das Américas; e no Rock in Rio, no dia 29/9, a britânica Jessie J, 31, diz que há algo comum entre as duas apresentações. “O que posso garantir é individualidade”, fala a artista, em entrevista ao Destak. Dá para perceber isso quando se analisa sua carreira. Com um repertório que fala sobre diversidade e inclusão, com músicas como “Queen”, presente em “R.O.S.E”, lançado em 2018, Jessie aplica esse conceito em sua trajetória e se envolve em projetos que resgatam exatamente esse aspecto. Durante a conversa, ela conta como sua mãe serviu de inspiração para o disco, fala sobre a ideia de manter suas canções como coisas pessoais e ainda assim atingir o grande público, e sobre se manter confiante na indústria da música.

Entre ‘R.O.S.E’ e ‘Sweet Talker’, que saiu em 2014, você tirou umas férias de 4 anos, quando se envolveu em vários projetos diferentes. Por que sentiu a necessidade dessa pausa?
Acho que principalmente porque não estava me sentindo inspirada. Para conseguir compor alguma coisa, tive que buscar referências em lugares diferentes, e acho que esse é um processo perfeitamente normal: dar alguns passos para trás e recarregar as energias. Acontece que era exatamente isso que eu precisava falar. Por um longo tempo em minha carreira eu só pensava em turnês e deixar o meu próximo disco pronto. Era um desafio, e precisava me afastar disso.

Você já fez músicas que abordam assuntos pertinentes, como ‘Price Tag’. ‘Queen’, por exemplo, fala sobre os padrões de beleza que a sociedade impõe às mulheres. Como nascem essas composições?
A maioria das vezes que escrevo músicas como ‘Queen’ a inspiração vem dos eventos do mundo mesmo, da vida. Essa é a maior fonte de inspiração, com certeza. Eu sinto que o jeito com que as pessoas vêem os padrões de beleza tem mudado aos poucos. Parece que agora você não necessariamente precisa estar encaixada em certo padrão, algo que em si mudou muito durante os anos. O sentimento mais comum do mundo é aquele que faz com que as pessoas não se sintam autosuficientes, e poder cantar algo que qualquer pessoa consiga cantar, independente de quem ela seja, ou de onde ela venha, é muito importante. Amor próprio é fundamental.

‘R.O.S.E’ [adaptação do nome da mãe da cantora] também faz uma espécie de homenagem para sua mãe, ao mesmo tempo que fala sobre empoderamento. É justo dizer que os dois aspectos estão ligados?
Claro. Meus pais são responsáveis por grande parte da pessoa que eu me tornei, e essa conexão, na hora de finalizar o álbum, meio que chegou de forma natural. Eu falo bastante sobre essa importância que eles tiveram em minha vida, principalmente minha mãe. Mas também acho que o disco fala bastante sobre essa idade entre os 25 e 30 anos, e todas as mudanças que essa época tem. Para mim, essa época significou me esconder, foi muito introspectivo. É por isso que hoje é fundamental que eu consiga manter minha música o mais pessoal possível e, no processo, fazer com que as pessoas consigam se apoiar nela.

Você escreveu grande quantidade de músicas para vários artistas diferentes antes de atingir o topo com ‘Price Tag’. Mas o tempo passou. Você se sente mais segura agora?
Nessa indústria, você nunca vai estar no topo sempre, e tem que apenas seguir o fluxo. É por isso que não existe muito espaço para insegurança. Eu ainda me considero sortuda pelo tempo que estou ativa nesse cenário, e isso me ajuda a ficar calma na hora de pensar no futuro e no que pode acontecer com minha carreira.

Você está envolvida em vários projetos, no momento. Não só lançou ‘R.O.S.E’ como integra o juri do programa “The Voice Kids” [a versão britânica]. É difícil o processo de balancear os dois aspectos?
É importante para mim conseguir misturar as coisas porque a indústria da música é muito vasta, e quanto mais você estuda, mais cresce, seja pelas experiências ou pelo lado técnico mesmo. Com “The Voice”, por exemplo, eu tenho a oportunidade de repassar meus conhecimentos. Gravar e brincar com esses aspectos é sempre divertido.

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