Jessie J participou do programa de Ace na Kiss FM para falar sobre seu novo momento na carreira e na vida pessoal. Aos 37 anos, a cantora refletiu sobre o título de “lenda” que recebeu do apresentador, dizendo que, apesar de se sentir grata, achava o termo muito intenso. Jessie contou que, no começo da fama, lidava mal com o excesso de críticas negativas da mídia britânica. “Eu não conseguia sentir o amor que o Reino Unido tinha por mim”, revelou emocionada. Após anos de terapia e amadurecimento, ela agora sente essa conexão de forma genuína.

Falando de música, Jessie J contou que finalmente abraçou seu lado R&B no novo projeto, algo que já existia em sua essência desde o início. Segundo ela, muitas músicas mais pop que explodiram nas paradas não representavam totalmente quem ela era como artista. “Era como se o que vendiam do lado de fora da loja não fosse o que eu realmente vendia dentro”, explicou. Agora, ela traz para o público um trabalho mais pessoal, com influências diretas de soul, R&B, pop e música acústica.

O novo single, “No Secrets”, é extremamente íntimo. Nele, Jessie aborda o impacto da superexposição nas redes sociais e também momentos muito difíceis da vida pessoal, como a perda de seu bebê. “Eu perdi meu filho, mas o show precisava continuar”, disse, contando que teve que fazer uma apresentação no dia seguinte ao aborto espontâneo. Para ela, a música é uma forma de equilibrar a honestidade sobre sua vida com uma mensagem universal para quem também enfrenta suas próprias lutas.

Durante a entrevista, Jessie revelou que tem várias colaborações inéditas que nunca chegaram a ser lançadas. Entre elas, gravou cerca de nove ou dez músicas com Justin Timberlake no começo da carreira, e também trabalhou com Rodney Jerkins (Darkchild), produtor de grandes clássicos do R&B, em canções que ainda pretende usar. Segundo ela, já tem material guardado para mais um álbum além deste.

Agora independente após 18 anos em grandes gravadoras, Jessie assumiu o controle de sua carreira e se reuniu com velhos aliados, como Ted Cockle e Darkus Bees. “É como estar com irmãos mais velhos. É caótico, mas é lindo e inspirador”, descreveu.

Jessie também abriu seu coração sobre sua nova vida pessoal. Agora mãe de um menino, ela falou da alegria de viver a maternidade. “É como ver o seu coração correndo fora do corpo”, disse, emocionada. Além disso, compartilhou que foi diagnosticada com TDAH e TOC após o nascimento do filho, algo que explicou muita coisa sobre seu jeito intenso de viver e trabalhar. “Sou uma micromanager, controladora, mas é o que faz com que tudo saia do meu jeito”, brincou.

Sobre sua volta para o Reino Unido, Jessie contou que se sentia mais “em casa” do que nunca. Após anos vivendo em Los Angeles, ela falou sobre a dificuldade de se conectar com as pessoas nos Estados Unidos e a alegria de estar novamente em lugares familiares. “Eu adoro dirigir e saber onde estou. Em LA, eu me sentia claustrofóbica. Aqui eu leio as pessoas, sinto onde estou”, explicou. Agora, além de voltar às raízes na música, Jessie também está redescobrindo seu lar e seus valores.

Jessie também falou sobre o lançamento do novo álbum, que está previsto ainda para este ano de 2025. Ela explicou que o projeto é muito especial porque foi construído ao longo de cinco anos, o que dá ao disco uma profundidade que poucos álbuns conseguem ter. Algumas faixas foram compostas ainda em 2020, no começo da pandemia, enquanto outras são bem recentes.

“O que é bonito sobre esse álbum é que ele abrange um período tão longo da minha vida que é quase impossível de repetir”, comentou. Jessie disse que esse novo trabalho é uma verdadeira jornada emocional: começa lidando com a dor do luto — perdas de amigos queridos, a experiência de um aborto espontâneo — e caminha até encontrar novamente a felicidade. “O álbum é sobre ser adulto, ser humano, sobre como a vida nos transforma”, resumiu.

Mesmo sem revelar a data oficial de lançamento, Jessie garantiu que está finalizando os últimos detalhes e que o público pode esperar um disco honesto, intenso e cheio de personalidade. Ela também reforçou que esse projeto será uma amostra de tudo o que ela é: com influências de pop, R&B, soul, dance e até momentos acústicos mais íntimos.

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